quarta-feira, 23 de junho de 2010

Você e seu espelho...

Desde as instituições como a família, Escolas e Igreja, até os meios mais específicos como a mídia, a moda e a cultura, nós somos ‘guiados’ (pra não dizer controlados) em direção ao alienável. Diariamente nos colocamos em situações onde não pensamos por nós mesmos, onde não sentimos por nós mesmos, onde não desejamos, lutamos, corremos, e, enfim, vivemos por nós mesmos. Isso acontece dia após dia, se intensificando cada vez mais até estarmos totalmente submetidos a desejos superficiais, longe de nossas mãos. Se discordam, digam-me: Você vive, luta e sonha em função de quê?

Respondida a pergunta, nada está resolvido, pois é imensamente fácil falar... A necessidade de se viver em conjunto é inquestionável, mas se não atentarmos para a total submissão que nos colocamos perante a mesma, isso pode ser altamente prejudicial. Afirmo isso por causa de um motivo fundamental, a identidade. Contextualizando o assunto e trazendo-o para nossa realidade, para os dias atuais, percebemos que vivemos num mundo considerado por muitos como pós-moderno, em uma forma de sociedade avançada e que por vezes tem surtos, colapsos de antiguidade. Vejamos: Na maioria dos casos, as pessoas seguem, no decorrer da sua vida, um percurso que não queria seguir, vive de uma forma que não queria viver... Quando nascemos só há uma única escolha, que é a de nascer (e ainda é involuntária). Não se escolhe nome ou cor preferida pra suas roupas, muito pelo contrário, pois se recebe um número de identificação, uma caracterização e regulamentação (olhe que estamos falando de pessoas). Quando crescemos não muda muita coisa, recebemos denominações, pseudônimos temporários e como se não bastasse, somos quase que obrigados a escolher em que área devemos trabalhar, onde e o que devemos estudar, que músicas devemos ouvir, que roupas vestir, que programas assistir, afinal, não queremos ser excluídos e é importante estar por dentro, né? Aprendemos que é extremamente necessário ganhar muito dinheiro, que mesmo não vendendo respeito em lojas, o dinheiro lhe dará isso e muito mais.

A mídia televisiva é um instrumento muito importante, divisor de águas na história da humanidade, poderosíssimo. Mas, quando se refere a manipulação, ela é a rainha... ela diz o que assistir, o que ver, ouvir, sentir, gostar e odiar. Diariamente somos bombardeados por informações, propagandas, notícias falsas, comerciais chatos do que devemos gostar, do que devemos comprar e não comprar. Lógico que há verdades nisso tudo, mas a maioria de nós está tão profundamente cego, que não há mais a mínima capacidade de discernir qualquer informação, por mais óbvia que ela seja.

A realidade bate na nossa porta, tentando tirar essa mascara da nossa face, mostrar-nos a nossa identidade, nossa individualidade e coletividade, mas todo esse sistema social está profundamente comprometido e são poucos os que conseguem ver por trás dessas cortinas. Boas músicas são sufocadas na TV aberta, nos programas de rádio. São poucos os canais que não mostram a bunda da ‘mulher brasileira’ como principal atrativo. O Humor lhe faz de trouxa e você ‘se acha’ com isso, você vira um brother acéfalo ‘antenado’ que esquece da sua realidade pra passar horas reparando na ‘realidade’ alheia.

Somos obrigados a ouvir cada absurdo, que se realmente tivermos um mínimo de consciência crítica do que é o ridículo, baixaríamos a cabeça de tanta vergonha. E ai de você se não gostar dos hit’s do momento, se não usar a roupa da moda, se não comentar sobre a fazenda... ai de você!

Em excesso até o fracasso faz sucesso por aí.
E eu tenho fé na força do silêncio

(Pouca Vogal)

Fica a idéia para uma suposta reflexão... Abraços!

F.S

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